sábado, 4 de julho de 2009

SOBRE ANALFABETISMO. BRASIL A NAÇÃO DOS QUE NÃO LÊEM.


Brasília - Dados da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade) indicam que em todo o mundo vivem 800 milhões de adultos não alfabetizados. Desse total, 35 milhões estão em nações latino-americanas. O Brasil – que é o país mais populoso da região – também concentra mais de um terço da população analfabeta da América Latina, 14 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aí estão os dados oficiais que a grande mídia omite. E nada se faz para mudar esse perfil humilhante. As matrículas escolares caem desde o ano de 2000 até 2007, de acordo com sites da Confederação Nacional dos Municípios(INEP/MEC) e IBGE, nos cursos básicos – Infantil, Fundamental e Médio, apesar de a população crescer. E é uma situação que acontece município por município, estado por estado. Raríssimas são as exceções.

Sempre é bom termos uma noção do que seja a área da América Latina, para entendermos a gravidade da situação brasileira: vai da fronteira sul dos Estados Unidos até o extremo sul do Chile e Argentina, lá pela Antártica.

Agora, atentem para um fato e deixem os preconceitos de lado: dos 35 milhões de analfabetos, 14 milhões estão no Brasil, e nenhum em Cuba, nem na Venezuela, nem na Bolívia. O país de Fidel Castro erradicou o analfabetismo em 1961, o de Hugo Chávez em 2005 e o de Evo Morales recentemente, em dois anos de governo.

No Brasil, nós tivemos a tentativa de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro que tentaram um grande projeto de Educação Pública, os CIEPs. Seria para o Rio de Janeiro, e posteriormente para o país. Mas, como sempre, a Grande Mídia bombardeara o Governo e o Projeto. Fica a evidência de que Educação é bandeira da Esquerda, porque a Direita interessa um povo inculto e sem escola, para manipulá-lo, como o faz atualmente. Isto explica a queda nas matrículas escolares, ano a ano.

Os governantes fazem até alarde sobre gastos com Segurança Pública.

O que se paga a um professor não dá para cobrir os custos de um detento.

Toda penitenciária e cadeias estão superlotadas e com um Judiciário paquidérmico. E se o Judiciário fosse atuante? Atualmente, menos de 10 por cento dos crimes são apurados e os criminosos condenados. Onde caberiam os demais, se houvesse agilidade na Justiça?

Teria que haver uma inversão que não interessa ao Sistema dominante: transformar a figura de cada prisioneiro em um aluno, e de cada agente policial em um professor. Neste caso, possivelmente, os presídios fechariam por falta de inquilino
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(Franklin Netto - franklin_netto@hotmail.com)

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