Por Redação NetMarinha
No segundo dia da Niterói Fenashore, IBP avalia que novas descobertas irão abrir espaço para o desenvolvimento de empresas brasileiras
O assessor de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Getúlio Leite, afirmou hoje, em conferência durante a Niterói Fenashore 2009, que o Brasil vai precisar investir nos próximos 20 anos cerca de US$ 170 bilhões para desenvolver a produção das áreas já licitadas no pré-sal, que correspondem a 13 bilhões de barris nos campos de Tupi, Iara e Guará. O especialista, que participou do painel “Os Desafios do Conteúdo Local no Novo Ciclo de Investimentos”, afirmou que as novas reservas do pré-sal trazem boas perspectivas para o aumento da participação do conteúdo nacional na indústria naval e offshore. Na opinião do assessor do IBP, o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores mundiais de petróleo, o que vai abrir um grande espaço para o desenvolvimento da indústria de peças, equipamentos e componentes.
Leite ressaltou ainda que o país precisa estabelecer uma política industrial estratégica que dê suporte à indústria nacional e garanta sustentabilidade aos fornecedores de bens e serviços. “A indústria naval e offshore precisa adotar mecanismos que fortaleçam as empresas nacionais com objetivo de tornar o parque industrial brasileiro competitivo globalmente, para atender à demanda de uma indústria de elevado conteúdo tecnológico”, explicou Leite.
Ele lembrou que a abertura do mercado em 1997 e a realização das Rodadas de Licitações nos últimos dez anos levaram a uma expansão de investimentos no setor de petróleo e gás natural, revelando que as exigências de conteúdo local atuaram como um forte indutor da maior participação da indústria local fornecedora de bens e serviços. O especialista lembrou que apenas na 7ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2005, houve a inclusão da cartilha e certificação do Conteúdo Local.
Já o vice-presidente do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Raul Sanson, reforçou que o pré-sal deverá gerar cerca de 200 mil empregos até 2020. Para ele, o caminho para a expansão do setor naval e offshore passa pelo fortalecimento do conteúdo nacional. “Se as empresas do setor não valorizarem a participação do conteúdo local em toda a cadeia produtiva, não há possibilidade de aumentar o próprio consumo interno e movimentar o mercado nacional. As empresas perdem força e param de produzir e consumir petróleo e diesel, por exemplo”, explicou Sanson.
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