A lotação trafegava lotada naquele final de tarde por uma das mais movimentadas e engarrafadas avenidas da cidade. O odor característico de um fim de jornada de trabalho era algo quase que alucinógeno a se espalhar por todo o coletivo. Como sardinhas espremidas em uma lata na parateleira de supermercado, homens e mulheres sonhavam com a chegada ao lar, ou ao boteco para outros. Um bêbado que estava sentado mais ou menos no meio do coletivo, resolve descer. Levantasse do banco e tenta se esgueirar pelo meio da multidão. Depois de dez minutos e alguns centrimetros apenas de deslocamento, o bêbado em alto e bom som, dentro do possível para seu estado etílico, grita: "Daqui pra frente é tudo corno. Daqui pra trás é tudo bicha". O motorista, um negro com quase dois metros de altura e hum e oitenta de largura, dá uma freada brusca. Daquelas de cantar pneu. Levantasse e, em tom ameaçador, pergunta para o bêbado: "Quem é corno e quem é bicha aqui?", no que responde o bebum: "...agora não sei mais...misturou tudo".
Hummmmmmm......saiu.
Ps: os mais letrados contam esta história de diferentes formas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário