segunda-feira, 31 de maio de 2010

ALA CONTRÁRIA A CABRAL AINDA RESISTE POR CANDIDATURA PRÓPRIA.

João Pequeno
Direto do Rio de Janeiro

O indicativo de apoio ao governador Sérgio Cabral (PMDB) na próxima eleição, aprovada há duas semanas, não impede que uma ala do PDT, comandada pelo deputado estadual Paulo Ramos, continue reivindicando candidatura própria. Ao mesmo tempo, pesquisa do Ibope registrada em 20 de maio no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o nº 12414/2010, põe uma pulga atrás da orelha dos pedetistas, ao apresentar outro deputado estadual do partido, o apresentador de TV Wagner Montes, entre as opções para governador, mesmo com o próprio declarando que se candidatará novamente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Principal defensor da candidatura própria, Paulo Ramos terá quase um mês para tentar virar o jogo a seu favor antes da convenção do PDT, marcada para o dia 26 de junho. Para isto, cita como aliados alguns pedetistas de longa história no partido. Entre os que se manifestaram a favor de candidatura própria, figuram o ex-deputado federal Vivaldo Barbosa, o presidente da Federação Estadual dos Vigilantes, Fernando Bandeira e o advogado e ex-governador Nilo Batista.

O deputado argumenta que o PDT não tem nenhuma participação no governo estadual, ao contrário de outras legendas, como PT, PC do B e PSC. Em seu site na internet, ele lista uma série de exemplos, como o fato de que seu partido "não participou (...) da implementação das políticas públicas do governo Sérgio Cabral, não tem participado do governo (...) com qualquer dos seus quadros em nenhum cargo" e que "a bancada do PDT na Assembleia Legislativa é de oposição".

Entretanto, o restante dos seis deputados que formam a bancada do PDT na Alerj seguiu a resolução do presidente do partido, Carlos Lupi. Ministro do Trabalho de Lula, ele conseguiu tornar vitoriosa dentro do partido sua posição de formar uma frente alinhada com o atual governo federal, apoiando Dilma Rousseff para a Presidência e a reeleição de Cabral para o estado.

Mesmo tendo votado contra a aliança com Cabral, Wagner Montes disse entender a colocação de Lupi: "ele achou por bem não me jogar na cova dos leões, com um minutinho e meio de tempo na TV, abrindo mão de uma eleição certa para a Alerj, que ainda pode aumentar a bancada".

Pelo mesmo motivo, a convenção, inicialmente prevista para o segundo fim de semana de junho, foi adiada para o dia 26. Desta forma, enquanto não é oficialmente declarado candidato a deputado, Montes terá mais duas semanas para aparecer na TV Record, onde apresenta o noticiário Balanço Geral.

Segundo o próprio Wagner Montes, a intenção do partido é tê-lo como puxador de votos e eleger "até nove deputados", quatro a mais do que o PDT conseguiu em 2006 - o sexto deputado, Márcio Panisset, integrou-se à legenda após se eleger pelo DEM.

Pesquisa do Ibope apresenta Wagner Montes entre opções ao governo

Tanto Paulo Ramos quanto Wagner Montes afirmaram ignorar a pesquisa registrada pelo Ibope no último dia 20. Ramos admitiu, porém, que se Montes ainda aparecer bem colocado, isso poderá ser um trunfo para sua candidatura própria.

O deputado-apresentador consideru normal seu nome ser incluído na pesquisa, lembrando que ele aparecia em segundo lugar, com 24% das intenções de votos, perdendo apenas para Cabral (32%), em uma pesquisa anterior, registrada em 15 de janeiro pelo Vox Populi, sob o nº 19692/2010 no TER-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro).

Encomendada pelo Sincomam (Sindicato dos Condutores da Marinha Mercante e Afins), a pesquisa do Ibope registrada em 20 de maio também incluiu no questionário de intenções de voto para governador o nome do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), ex-pedetista e declaradamente pré-candidato a outro cargo majoritário, o de senador.




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