do tijolaço.com
Coloco aí ao lado uma coleção de fotos de comunidades construídas em encostas tão ou mais íngremes que as do Rio de Janeiro. Só que ficam nas Ilhas Gregas, em Cannes e Nice (França) e no principado de Monte Carlo. Poderiam ser na Itália ou em Jerusalem, na Turquia, no Líbano. São construções, como se vê, na maioria antigas, algumas centenárias. Os seus construtores ocuparam as encostas, e eu suponho que Leonel Brizola não estava lá para incentivar essa ocupação. Nelas, também não havia água, esgoto e luz. Nem havia luz, aliás, na época em que foram erguidas, exceto a do sol e dos candeeiros.
Por sorte, porém, não havia O Globo, também.
Senão teriam sido removidas.
Mas não foram e hoje são lugares limpos, seguros, urbanizados. Há drenagem, há cuidados estruturais, há contenções.
Atraem milhares e milhares de turistas do mundo inteiro e são uma das maiores fontes de emprego e renda do litoral mediterrâneo.
Se os pobres saíram de lá é porque aquilo se valorizou tanto que muitas das casas foram compradas pelos ricos. Outras, as famosas vilas, já pertenciam a eles, como temos aqui no Joá e em outros pontos da cidade.
Estamos assistindo a uma mistificação. Uma coisa é construção em encostas. Outra, bem diferente, é construção precária em encosta.
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