segunda-feira, 22 de março de 2010

VOLTANDO AO ARRUDA.

Com a desistência de recorrer da decisão do Supremo, que lhe cassou o mandato, o Arruda abre as portas para uma nova eleição em Brasília. De acordo com a Câmara Distrital, as regras adotadas para a nova eleição, será a da Constuituição Federal. Haverá eleição indireta pelo Legislativo para o cargo distrital no prazo de 30 dias.

“Nós já tínhamos um parecer da Procuradoria da Câmara, que prevê, independentemente da aprovação de uma proposta de emenda a lei orgânica, que nós vamos seguir a Constituição Federal. Foi dito pelo presidente do tribunal que isso é importante para se adequar o processo à legislação eleitoral e à federal”, afirmou o presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT). De acordo com a lei orgânica do DF, o presidente da Câmara deveria ser empossado em definitivo.

Assim sendo, os partidos já começam a se movimentar no novo cenário. O PT vai apresentar para a disputa, Agnelo Queiroz. Por conta do PTB, o candidato deve ser Darlan Rodrigues.

O senador Cristovan Buarque poderá participar do processo, apesar do mesmo ter afirmado que prefere a disputa para a reeleição no Senado.

Há uma linha de pensamento que sugere que o próximo governador seja de fora da Câmara.

Paulo Tadeu(PT) argumentou que a presença de parlamentares envolvidos no suposto mensalão do DEM de Brasília poderia contaminar a lisura do processo. “Para tirarmos Brasília dessa crise seria melhor que o próximo governador não fosse da Câmara, porque a Câmara está sob suspeição. Uma grande parte dos deputados são favoráveis a essa tese”, afirmou Tadeu.

Interessadas na eleição indireta como forma de conseguir alguma paz no cenário político da capital, sociedade e entidades sérias discordam de que esse objetivo poderia ser atingido com um governador-deputado. A justificativa é simples e não envolve nenhum juízo pessoal contra parlamentares. Ocorre que, em toda esta crise, desde a revelação das denúncias da Caixa de Pandora, a Câmara pouco se posicionou de forma isenta. É claro para a população que os distritais passaram agir somente após a prisão do governador cassado José Roberto Arruda e da ameaça concreta de intervenção. Diante disso, como dar agora um crédito de confiança a algum deles para que governe a cidade até o final da crise? Um governador-distrital parece muito mais à população como a continuidade dos problemas do que como solução para eles

A questão é bastante delicada. Por outro lado, uma corrente dos distritais pretende eleger uma pessoa que seja de confiança, vinda do meio político, que não os ameace eleitoralmente, mas que consiga manter as boas relações com a Câmara Legislativa e tocar o governo até o final do mandato sem grandes invencionices. Dentro deste perfil, o nome ideal, fosse ele qual fosse, sairia de forma natural da própria Casa - ainda que exigisse debates e acordos específicos entre eles.

 Mas o ideal para eles soa como acinte para a opinião pública.

De toda sorte, o favorito, de acordo com algumas pesquisas realizadas no DF, é o ex-governador Joaquim Roriz(PSC), o criador de Arruda, Durval, entre outras figuras, supostamente nefastas à vida pública brasileira.

Como se vê, até para substituir um corrupto, é preciso filtrar entre tantos outros.

pdtangra12@hotmail.com

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