sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DIVISÃO NO BRASIL É ENTRE ELITE E POVO.

blog do brizola neto
Quero começar meus comentários sobre a pesquisa Datafolha  com alguns trechos de outra matéria publicada na edição de hoje do jornal.
Durou muito pouco o entusiasmo do mercado financeiro com a possibilidade de uma virada no segundo turno da eleição presidencial.O acirramento da disputa levou muitos investidores a refazer suas apostas na semana passada para considerar a possibilidade de uma vitória do tucano José Serra, mas novas pesquisas fizeram esse otimismo desaparecer.(…)
Serra não apresentou um plano de governo e tem feito promessas que podem causar estrago nas contas públicas, como a de aumentar o valor do salário mínimo para R$ 600 no dia da posse, mas ninguém se assusta com isso.
“O mercado não leva em conta as promessas”, disse Tony Volpon, um analista da corretora Nomura Securities em Nova York. “O histórico de Serra aponta para uma política fiscal mais austera.”

Essa gente, que opera milhões ou bilhões de dólares, de boba não tem nada. Não teme que a vitória de Lula e Dilma lhes vá fazer deixar de ter os lucros imensos que tem no mercado financeiro. Mas tem a certeza de que, com Serra, estes lucros de imensos passariam a gigantescos.
As elites brasileiras – em boa parte compostas pelos que recolhem as migalhas da espoliação internacional das riquezas brasileiras – são assim. Não lhes basta ter muito.
Querem tudo.
Infelizmente, em torno dele, parte da classe média se alinha. Influenciada pelos meios de comunicação, pelos preconceitos, pelo elitismo, pela herança escravocrata que ainda assombra este país e os faz ver nossos irmãos negros, nordestinos, os pobres de todas as etnias e cores na pele  como subumanos, criminosos em potencial, como ameaças a serem detidas à força de grades e polícia.
Felizmente, esta parte é cada vez menor.
Precisam, por isso, apelar para os mais torpes expedientes para tentar vencer as eleições. Seu comitê de campanha são os impérios de comunicação. Suas propostas são qualquer uma que possa iludir as pessoas simples. Depois, vitoriosos, elas valerão tanto quando um simples papel velho.
A pesquisa Datafolha só serve para demonstrar este corte social que eles não podem esconder. Serra tem menos no Nordeste porque aquelas parcelas da elite e o contingente de classe média que consegue arrastar consigo ali são menores. E tem mais em regiões do país em que, por estarem mais desenvolvida – à custa da pobreza de outras – a elite brasileira ali consegue “encaixar” melhor o seu ódio ao povão.
Ódio, além de desumano, tolo, como estes oito anos provaram. Viveram melhor, não deixaram de ganhar – ao contrário, ganharam mais – nunca correram riscos, não houve confrontos ou expropriações, muito menos qualquer perseguição religiosa, como as que tentam inventar, com objetivos eleitorais.
Mas esta elite é má, mesquinha e irracional. Não suportou ver o povo deixar de estar ajoelhado, não suportou ver o Brasil levantar a cabeça.
Não suportam a ideia de que o nosso povão não seja escravo, porque não se conformam em deixarem de serem feitores.
Olhem para essa pesquisa, meus caros leitores. Olhem e descubram o quanto é grave o dever que se coloca diante de nós. É o povão, aquele sem internet, sem informação quem definirá a vitória. O nosso papel é ampliá-la, dando a mão para quem se ilude e tirando do preconceito e da manipulação aqueles que podem, com uma conversa, um esforço, um telefonema, um argumento lúcido.
Porque o Brasil precisa de todos. E pode ser de todos. E só sendo de todos poderá ser o melhor brasil para cada um.

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