A candidatura de Tiririca nada mais é que uma grande estratégia política. Assim como o é, de quebra, um escárnio ao processo eleitoral de nosso país.
Quando ele afirma que "..pior que tá não fica", não é verdade, tudo que está ruim pode piorar.
Juntando o prestígio do humorista junto à camada menos esclarecida da população, e os recursos de candidatos expertos, mas sem votos suficiente para se elegerem, está feita a alquimia que levará ao Congresso um analfabeto e meia dúzia de velhacos. Os velhacos nem incomodam tanto, afinal tem de sobra.
A reportagem da Época ilustra bem esta história. Só precisa ter mais de dois neurônios.
Se não se eleger ele garante que disputa o próximo pleito em Angra. Quer a cadeira de prefeito.
--------------------------------------------------------
Desde o início da propaganda eleitoral na TV, o palhaço Tiririca, nome artístico do humorista Francisco Oliveira Silva, de 45 anos, candidato a deputado federal em São Paulo pelo PR, repete dois slogans que viraram as marcas de sua campanha. O primeiro é “Vote em Tiririca. Pior que está não fica”. O segundo é “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu não sei, mas vote em mim que eu te conto”.
O próprio sucesso eleitoral de Tiririca, um dos prováveis campeões de voto para deputado federal, sugere a nulidade do primeiro bordão. Com uma campanha rica e organizada, Tiririca é incapaz de defender ou formular minimamente qualquer proposta e debocha acintosamente do sistema eleitoral.
Cerca de 60% dos eleitores acham que arrumar emprego, ajudar aliados e promover eventos de lazer são funções de um deputado federal
Só 13% valorizam em primeiro lugar os parlamentares que estudam e participam das votações importantes do país
73% afirmam que o total de deputados federais e senadores da República deveria diminuir
Estima-se que, em números absolutos, Tiririca poderá ser o parlamentar mais votado do Brasil, com potencial para atingir mais de 1 milhão de sufrágios. Esse índice seria suficiente para levar em sua garupa mais quatro ou cinco deputados para Brasília, beneficiando candidatos menos votados da coligação, que inclui PT, PCdoB, PRB e PTdoB.
Enquanto o primeiro bordão de Tiririca tende a ser desmentido pelos fatos, o segundo resume com precisão um tipo de deficiência que parece generalizado entre os eleitores. Uma pesquisa inédita feita pelo Ibope sobre o grau de conhecimento a respeito das funções de deputados e senadores mostra exatamente aquilo que Tiririca não para de repetir: a maior parte das pessoas aptas a votar não sabe bem ao certo para que serve um congressista.
O questionário da pesquisa foi elaborado por ÉPOCA com o auxílio do cientista político Fernando Abrucio e de profissionais do Ibope. A pesquisa mostra que a maioria dos eleitores é capaz de identificar corretamente algumas atribuições dos parlamentares. Quase 90% concordam que “votar pela criação ou reforma de leis” é função de um deputado. Além disso, 83% responderam positivamente à questão sobre a fiscalização do governo federal pelo Legislativo. Mas, em geral, prevalece na cabeça do eleitor a confusão.
pdtangra12@hotmail.com a certeza de que se vier, ganha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário