quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ARTIGO: POR QUE SÓ DUAS CANDIDATURAS?


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João Vicente Goulart - Quem não se lembra do bipartidarismo que a ditadura militar nos impôs, com Arena e MDB, durante os anos de um país sem liberdade, de um país sem destino, de um país amarrado à censura, com os direitos individuais tolhidos? Demoramos muito tempo e paulatinamente viemos aprimorando, dia a dia, eleição trás eleição, o nosso sistema político, partidário e eleitoral, caminhando sempre na busca da melhora de nosso amadurecimento democrático. Por que hoje os políticos, agrupados em grandes partidos, PMDB, PT, PSDB, tentam através de um sentimento mal interpretado propagar a tolice de inculcar a teoria de que nossa próxima eleição presidencial tenha que ser entre apenas um candidato de situação e outro de oposição? Nós, brasileiros, sabemos que a grande quantidade de pequenos partidos muitas vezes age de forma servil aos grandes partidos, mas tê-los funcionando, sem dúvida, é uma conquista democrática da qual não podemos abrir mão, com o risco de regredirmos na conquista livre e soberana da democracia plena. Mas pior, muito pior, é submeter-nos ao autoritarismo pragmático que tentam esses pseudodonos da política que preza a raposa cuidar do galinheiro, como fazem PMDB, PT, DEM e PSDB, pensar que nós, brasileiros, após conquistar vários degraus de nosso processo democrático, tenhamos que votar já no primeiro turno em apenas dois candidatos, como se fôssemos uma tropa de bois a passar entre o brete e a porteira.

Há vários partidos funcionando. Não necessariamente temos que escolher o que pensam as raposas dos grandes partidos de grandes alianças. Para o bem desses partidos, seria lógico que em nosso sistema eleitoral de dois turnos tivéssemos a liberdade de escolher no primeiro o candidato de nosso partido, até para ver o desempenho e fortalecimento dos mesmos, uma vez que vivemos em uma democracia pluripartidária e esses vários partidos só se fortalecerão lançando os seus próprios candidatos. Teria que ser uma obrigação que ainda não tem base legal, mas que, eleição pós eleição, poderíamos aperfeiçoar para dar robustez ideológica a esses partidos e não aos homens que neles militam. Mas aí vem a cooptação dos maquiavélicos dirigentes dos grandes partidos querendo fazer do primeiro turno um embate plebiscitário entre os seus dois candidatos. Pelo andar da carruagem, vamos ter o que o nosso Brasil e seus eleitores merecem, caindo por terra a vontade unívoca de conduzir os votos da população plebiscitariamente. Que bom seria ter Cristovam Buarque candidato pelo PDT, Marina pelo PV, Ciro Gomes pelo PSB, Dilma pelo PT, Serra pelo PSDB, Cesar Maia pelo DEM, Heloísa Helena pelo PSOL e candidatos à presidência também pelo PP, pelo PRB e por todos os outros que queiram ter essa representação no primeiro turno para consolidar o pleito. Sem dúvida, o panorama seria diferente e vários candidatos favoritos cairiam no caminho como castelos de cartas. Seria mais um avanço da conquista de nosso povo em derrubar oligarquias políticas a serviço de seus interesses pessoais. A vontade das raposas não prevalecerá.

PS: Qualquer semelhança com Angra...é semelhança mesmo.

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