sábado, 1 de dezembro de 2012

PERDEU, PLAYBOY.

Angra terá, agora no próximo dia 12/12, uma passeata pedindo o fim da violência. O movimento, supra partidário, estará mostrando a preocupação dos cidadãos angrenses quanto a violência que tem assolado o município já por diversos anos seguidos.Ao que parece, a decisão de se manifestar desta forma, ganhou corpo com os últimos dois acontecimentos violentos, que ceifaram a vida de dois jovens de forma brutal, através de armas de fogo.
Fatos estes que se repetem anos a fio, o que pode ser comprovado pelas capas de jornais locais, onde, invariavelmente não se passa uma semana sem uma morte provocada.
Mais de centena de jovens, acredito que não exagero neste número se considerarmos os últimos dez anos, foram mortos na cidade. Na verdade a cidade tem passado por um verdadeiro genocídio juvenil. Jovens pobres, de família humilde, sem instrução que, da mesma forma, invariavelmente tiveram suas mortes associadas ao tráfico de drogas como se fosse isso motivo para que lhes fossem tirada a vida.Vidas estas que não tiveram em sua maioria esmagadora, apuração do que de fato ocorreu. Vidas ceifadas de jovens que não mobilizaram os sentimentos de solidariedade social, que não foram capazes de estimularem a sociedade a cobrar uma posição do poder público.
Agora, com a água batendo às suas portas, pode ser que a sociedade entenda que este é um problema de todos e, seus filhos, educados, com boas escolas, muitos até com trabalho fixo são tão vulneráveis quanto os "pretos", semi analfabetos e pobres da periferia.
Este é um movimento importante. A participação da sociedade será capaz de, em se mostrando forte, chamar a atenção das autoridades competentes, fazendo com voltem os olhos para nossa cidade.
No entanto, apenas um movimento de protesto não será capaz de evitar que os fatos se repitam, afinal, o que dizer para estes jovens, semi analfabetos, sem uma oportunidade decente no mercado de trabalho, que devam se resignar com a situação?Como impedir que estes jovens, que alimentam sonhos, que desejam uma camisa bonita, um par de tênis, um computador, um celular, de que eles não têm esse direito e, ao mesmo tempo, não se deixem seduzir pela miragem de uma vida "fácil"? Como, simplesmente através de um protesto que atende mais aos interesses da chamada dita "sociedade", faremos com que as coisas se ajeitem, digamos assim, e os mesmos se resignem ao seu triste destino, à sua pampa pobre? É preciso que estes jovens, em extrema vulnerabilidade social sejam engajados neste movimento.Como querer que estes mesmos jovens, sabedores da bandalheira que assola o município, com enriquecimentos escabrosos de nossos gestores aceitem tudo isso de forma pacífica, sem extravasarem seus anseios? Cada um luta com as armas que possuem, e as deles, infelizmente, se traduz através da violência.
Talvez, passar a limpo o município, responsabilizando os maus gestores pelo caos, seja uma excelente forma de mostrar a eles que as coisas são diferentes do que se tem visto.
Propiciar uma formação técnica, uma qualificação profissional, uma capacitação para o mercado de trabalho pode ser uma grande desestimulador deste comportamento pernicioso.Que atinge a sociedade como um todo, tange suas famílias e a si próprio.
Vejo como um bom início, mas não deve se restringir a apenas manifestações populares. É preciso mais, muito mais.
Dia 12, todo mundo lá.
Participação, Democracia e Trabalhismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, o texto Erick. Educação é a certeza de um futuro melhor. E capacitação, profissionalização são fundamentais para o emprego e renda desses jovens.