"Como poderemos chegar ao um ponto considerado ideal para a nossa cidade, o que fazer para melhorar uma cidade com 500 anos de fundação, que foi remodelada e emendada ao longo de sua existência.
Reclamações surgem de todos os cantos, mas ai a questão como ajustar a cidade às novas condições sociais, ecológicas, econômicas e demográficas?
Todos sabem que ao contrário de algumas cidades que resolveram preservar suas características históricas, Angra forçou um crescimento urbanístico nas décadas de 40 e 50, e impulsionado pelo progresso do porto que aquecido pelas importações e exportações (café e trigo), demoliu vários casarões, dando espaço aos prédios que eram construídos sem um planejamento (saneamento, abastecimento e principalmente de localização), nossas ruas eram feitas com base no movimento da época e assim também sendo feito com as residências, que através dos famosos "puxadinhos" iam crescendo desenfreada mente.
A saúde de saneamento básico é muito nova no contexto da humanidade, para termos uma idéia disto o papel higiênico foi inventado em 1857, o vaso sanitário mesmo inventado em 1596, somente começou a ser utilizado no século XIX, na Inglaterra e pelas classes altas, assim também eram os outros instrumentos de saneamento, que após a utilização, os detritos descartavam se em qualquer lugar.
E assim Angra cresceu, hoje o sistema de saneamento é quase que impossível de ser consertado, pois pela sua condição geográfica, pelas residências já existentes, os descartes são despejados e centenas de pontos, para podermos verificar isto basta que tenhamos corantes de diversa cores e sejam despejados em residências de diversos pontos da cidade, e iremos observar que cada cor saíra em ligar diferente. Na Japuiba basta acompanhar o leito do rio e perceber as centenas de saídas clandestinas existentes, e nas galerias pluviais onde o esgoto é lançado sem pena nem dó.
Nossas ruas foram medidas para que charretes passassem, e depois adaptadas ao progresso da época, também sem dimensionar o futuro.
Mas até ai, onde arranjar um culpado, ou melhor, como arranjar um salvador?
A solução para a cidade começa com as construções verticais, dando mobilidade e minimizando espaços, tratando seu próprio esgoto, planejando coletas de lixo e minimizando consumo de energia.
Construindo novos bairros, não para abrigarem novos moradores, mas principalmente para remanejarem os antigos.
Temos que dar mais sustentabilidade aos bairros para que estes comecem a ter sua própria vida, cada dia mais a tecnologia nos dar suporte para que isto seja executado de forma menos centralizada.
É inadmissível que em pleno século XXI um morador da Japuiba tenha que se deslocar até o centro para pagar suas contas no banco, que problemas em secretarias municipais não possam ser resolvidos ou iniciados em postos avançados ligados por terminais eletrônicos.
Culpados para isto em Angra? Temos sim, e são todos os últimos administradores municipais, que fizeram de suas obras algo paliativo, e não planejando, deixando estas heranças tanto para seus sucessores de situação quanto para opositores. A idéia de resolver no momento e não de resolver o futuro, mesmo as obras que poderiam ser planejadas criaram estes problemas, um exemplo: o novo conjunto habitacional do Brachuy, uma área abandonada, sem comércio, sem estrutura, sem segurança, sem escolas largadas a própria sorte.
Planejar passou a ser a prioridade, sem planejamento nada será resolvido em nossa cidade, construímos um lixão e o mesmo já esgota sua capacidade, herança deixada, construíram um PROSANEAR, e nada resolvido, herança deixada e assim vamos.
Agora um estudo feito por uma universidade exalta tudo que sabíamos (e muito bem relatado pelo blog Transparência Angra), e mais uma herança deixada a mais de cinco décadas, quando teremos uma concorrência?
Angra balança perto de ser uma das mais prósperas cidades do Brasil, a qual será assolada por centenas e até quem sabe milhares de migrantes, que buscam as oportunidades Brasil a fora, e sofreremos mais um baque social, deixando mais uma herança. Não há mais espaço físico em Angra, é mais do que importante a revitalização dos bairros, o colapso do centro parece até ser proposital, a fim de beneficiar uma classe, dona dos prédios do centro da cidade.
Competência gerencial é primordial em qualquer gestão, temos que ser mais efetivos e ativos, as ações de termos uma cidade em condições de abrigar corretamente nossos cidadões é mais importante de que uma eleição de mesa, é mais importante de que qualquer ação política interesseira.
Já imaginaram uma epidemia em Angra, sabiam que isto pode acontecer? Ou alguém já viu as péssimas condições de higiene e segurança de nossa central de abastecimento da Banqueta?
E os hospitais, até mesmos os particulares começam a enfrentar quando não uma crise financeira, outros um colapso no atendimento, e se tivéssemos uma pequena situação onde tivéssemos que dar atendimento as mais de 50 pessoas, onde seriam atendidas?
Brasfels tem plano de saúde, e todo mundo que lá se acidenta vai para o Pronto Socorro municipal, não seria à hora do estaleiro ter sua própria central de atendimento, para desafogar o sistema de saúde municipal.
Pois bem, antes de falar de presidente de Câmara Municipal, vamos falar de planejar Angra, antes de termos um time de futebol na primeira divisão, vamos ter uma educação de primeira.
Angra tem que acordar, senão????
Até o momento ainda temos milhares de jovens sem uma chance de se profissionalizar, e nada é cobrado, ainda sim pensamos na eleição do presidente da Câmara.
Nossos jovens passam maior parte do tempo abandonado, e nada é comentado, nem mesmo na criação da ronda escolar, e pensamos no presidente do Angra Futebol Clube.
A solução para o transporte... coloque mais uma empresa para ver se não melhora?
Ainda assim é preciso gastar dinheiro com pesquisa. Tá na hora de ter coragem de enfretamento, tomar decisões mais sérias.
Do que adianta Usinas, Pré Sal e outras empresas, se não temos estrutura?
Vamos começar uma Angra legal, você tem que acordar e passar a planejar seu voto, tivemos uma idéia disto nas eleições passadas, ou planejamos nosso futuro, ou vamos pagar caro por isto, se é que já não começamos a pagar."