sábado, 30 de junho de 2012

BRIZOLA NÃO FOI LENIN, NEM LUPI É STALIN.


Até os grandes líderes como Lenin e Brizola não foram infalíveis e cometeram erros na avaliação das pessoas. Lenin nomeou Stalin secretário geral do partido e hoje o capitalismo foi restaurado na Rússia, a privatização trouxe a máfia, o gangsterismo e os lumpem-milionários, ou seja, a burguesia burocrática de Putin. Todo mundo sabe que não é tarefa fácil para os líderes a escolha de seus sucessores na direção do partido político.
Chocante na história da revolução soviética é um partido revolucionário marxista como o bolchevique (liderado por Lenin e Trotsky) ter sido dirigido por um personagem medíocre e reacionário que fez tanto mal (Stalin) ao socialismo e ao marxismo até hoje. A mesma coisa pode ser dita, guardadas as devidas proporções, acerca do PDT que foi iluminado por Brizola e Darcy, e hoje está sombreado pelo oportunismo e pela direita de Charles Lupi e Manoel Dias, embora não se deva lupinizar em demasia (Lupi não é a esfinge da história do trabalhismo) a crise do PDT, que não se resume à ascensão vertiginosa de arrivistas. Digamos sem provocação: Lupi é o desfecho do PDT ou o PDT é o resultado de Lupi? A pergunta é constrangedora porque suscita outra: o lupismo atual é o desdobramento do que foi o brizolismo?
O INDIVÍDUO NA HISTÓRIA
Trotsky escreveu no final de sua vida: Lenin criou o aparato e o aparato criou Stalin. Mas isso não se aplica a um partido como o PDT que não chegou ao poder. A história que já foi definida como sendo um escândalo permanente deve ser compreendida do presente para o passado, ou seja, 50 anos de trabalhismo culminaram no que aí está, então é necessário passar a limpo o que foi o percurso de Getúlio a Lupi na história do Brasil. Essa tarefa não é fácil, mas torna-se impreterível quando os contemporâneos (as novas gerações) querem saber como o atual presidente do PDT foi o homem escolhido por Brizola para dirigir o partido. Ou ele não era o homem de sua predileção, nem tampouco foi escolhido? Mas como e por que chegou lá? Não havia outro? A morte repentina do líder não esclarece se houve o desvelo acurado quanto à sucessão, nem tampouco se isso foi sequer cogitado, o que enseja a melancólica dúvida sobre a continuidade do PDT depois que Brizola não mais estivesse vivo, ou seja, a existência de um PDT desbrizolado.
É plausível que Brizola não imaginasse que a morte lhe viria antes de ter tempo de cuidar de sua sucessão, porque é difícil supor que no final de sua vida tivesse chutado o pau da barraca: dane-se o partido depois de minha morte, depois de mim o dilúvio. A permanência de seu exemplo na posteridade não deve ser negligenciada, recorde-se do zelo dedicado a Getúlio Vargas depois deste morto, portanto estarrecedor é supor que tivesse sido indiferente ao paradeiro do PDT depois de sua morte.
O CURSO ESPONTÂNEO DO SUBDESENVOLVIMENTO
Leonel Brizola sabia que o processo social sem a intervenção de líderes não altera a situação do povo, e o exercício da liderança não se faz sem a mediação do partido, assim um trabalhismo sem expressão partidária seria um absurdo histórico, porque o partido é um instrumento de chegar ao poder com o objetivo de transformar a sociedade. Há nisso também uma questão de juízo de valor, pois o caminho que tomasse o seu partido no futuro iria interferir sobre o significado de sua vida, o exemplo que deu durante mais de meio século na história do Brasil. Destarte, é sabido o apreço que tinha pela expressão “o fio da história” que não seria interrompido; ao contrário, a continuidade contraditória da história implicaria analisar a prática de seu partido no presente em função do que foi o trabalhismo sob, sua liderança política, inclusive sem afastar a crítica brizolista ao brizolismo. Por conseguinte, é fundamental em relação a sua memória discutir a atualidade de seu partido conduzido por uma direção anti-trabalhista, anti-popular e anti-nacional, além de anti-intelectual. É preciso realçar que a paixão pela justiça social em Leonel Brizola sempre esteve vinculada a uma reflexão de alto nível intelectual. Por não ter escrito livro não foi intelectual? Sarney é o intelectual, então; idem FHC, cujos alfarrábios serão eternamente lidos. Ora, pois…
São quase dez anos que a mediocridade burocrática tomou conta do PDT e, ao que tudo indica, quer se perpetuar, valendo-se de dispositivos espúrios e anti-democráticos. Arrastar o partido nessas condições é a negação de sua razão de existir, como se fosse um partido zumbi, morto-vivo, desprovido de perspectiva histórica e que não mais empolga e desperta paixão na juventude, ou seja, um partido conformista que serve de trampolim para a malandragem de velhacos. Afinal, foi para isso que Leonel Brizola e tantos militantes dedicaram suas vidas durante mais de meio século? Brizola não gostava da palavra “brizolismo”, preferia falar em trabalhismo, o que coloca para a análise histórica a relação entre a política, a classe social e a luta de classe; afinal, qual o ponto de vista de classe do PDT? E sua relação com os outros partidos? PDT: um partido burguês, pequeno burguês, proletário, subproletário, ou tudo isso ao mesmo tempo com feição bonapartista?
PDT E MARXISMO
Leonel Brizola, do ponto de vista marxista, foi um reformista, não um revolucionário? Essa pergunta não pode incidir na avaliação da personalidade política sem a interação de fatores específicos da estrutura de classe da sociedade brasileira, levando em consideração que a classe operária industrial, sobretudo a das multinacionais em São Paulo, não o viu com bons olhos (preferiu outros líderes), o que não quer dizer no entanto que essa preferência sindicalista tivesse trazido avanço para os trabalhadores brasileiros.
É possível conjecturar (mas a história não é conjectura nem profecia) que Leonel Brizola hoje aproximaria cada vez mais o PDT do marxismo e do bolivarianismo latinoamericano. Errôneo é caracterizar Leonel Brizola como um representante do nacionalismo burguês, pois isso implica subtrair-lhe o traço anti-imperialista desde o seu governo no Rio Grande do Sul. Criado por Getúlio Vargas, o PTB não era um partido proletário tendo por objetivo implantar o socialismo na sociedade brasileira. O PTB getuliano não foi um partido revolucionário com socialismo e movimento operário baseado no marxismo e na crítica ao sindicalismo economicista ou tradeunista. Nunca foi um partido de reivindicações socialistas nem tampouco a vanguarda consciente do proletariado na América Latina.
Em Aos Trancos e Barrancos Darcy Ribeiro chamou atenção para o PTB como um saco de gatos, com gente das mais diversas origens e tendências: burguesas, pequeno burguesas, liberais, sindicalistas e intelectuais. De formação marxista Darcy aproximou-se, a partir da Carta Testamento (1954), do trabalhismo getulista, janguista e brizolista. Foi de Marx a Vargas.
Embora não se definisse como marxista ou comunista (numa época em que o stalinismo dominava os partidos comunistas no mundo inteiro), Leonel Brizola foi visceralmente anti-imperialista. Ele compreendeu o intercâmbio desigual entre os países opressores e oprimidos de maneira muitas vezes mais lúcida e profunda do que os sociólogos e economistas universitários do início da década de 60, ISEB, Cepal, USP e PCB.
A pergunta dramática à derrocada da liderança a nível nacional é a seguinte: e depois de Leonel Brizola?
leonal brizola neto.
30.06.2012 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

ENFIM, A CASSAÇÂO!


A cassação do Jordão e de seu vice, 


hoje, não deixa de ser uma ação 


contundente da Justiça. Porém, ela 


vem tardia, permitindo que esse 


modelo 


nefasto e perverso instalado na 


cidade, no primeiro mandato 


Jordaniano, nos 


levasse ao caos em que nos 


encontramos. Ainda que muitos, por obrigações de 


favores e outros por percebimentos monetários, insistam em negar, como 


explicar a situação caótica que nos encontramos? Falta atendimento médico, 


falta saneamento, falta educação...falta água decente e de qualidade para se 


beber. Falta papel higiênico nas repartições públicas, faltam projetos que 


viabilizem a captação de recursos oriundos do Gov. Federal. Falta compromisso 


e vergonha na cara!Falta, inclusive ao nosso Judiciário, coerência. Como podem 


ser cassados o prefeito Jordão e seu vice, e o ordenador das despesas que 


originaram a cassação estar isento? Coisas do Judiciário brasileiro.



No entanto, fica, com esta decisão, bastante claro para quem tenha ao menos 


dois neurônios, que a eleição passada foi eivada de fraudes e corrupção. Temos 


ainda o processo do Provetá. Onde uma escandalosa compra de votos, com 


dinheiro público; diga-se de passagem, teve a denúncia acatada por 


unanimidade pela mais alta Corte do País. E será julgada amanhã.



Por essas e outras, que se aqui listadas tomaria a noite inteira dos leitores, 


devemos rever conceitos e pensarmos nas possibilidades. As possibilidades que 


temos em mãos de mudarmos todo esse nefasto sistema que nos atrela ao 


obscurantismo, ao atraso.

participação, democracia e trabalhismo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

PDT RJ.

Lupi conseguiu reverter liminar que anulava Convenção Municipal. A decisão jurídica sobre Convenção de 2008, que torna nulo todos os atos, permanece.

QUE SITUAÇÃO!!

O PDT de outros tempos parece mesmo que se desfez. As decisões partidárias agora são tomadas na Justiça. E saber que Leonel Brizola foi o líder da Campanha da Legalidade.

http://oglobo.globo.com/pais/destino-do-pdt-no-municipio-do-rio-sera-decidido-na-justica-5324895

quinta-feira, 21 de junho de 2012

ANULADA CONVENÇÃO DO PDT.


O SR. PAULO RAMOS – Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta tribuna, venho mais uma vez tratar de uma questão que interessa exclusivamente aos pedetistas. E abordo aqui a “sem cerimônia”, o atrevimento com que vem se comportando a direção, quando digo direção, estou me referindo, antes, à direção nacional, porque no Estado do Rio de Janeiro o PDT não tem direção. Porque a última convenção realizada foi anulada, e a convenção que iam realizar com o Colégio Eleitoral e que não observava a norma partidária, por uma decisão judicial, não se realizou. Ao conceder a liminar impedindo a realização da convenção, o juízo entendeu que a comissão provisória que dirigia o partido aqui no Estado não só não tinha legitimidade como também todos os atos por ela praticados eram nulos. Portanto, os atos praticados pela comissão provisória desde 2008 são todos nulos.

Refiro-me à direção nacional presidida pelo ex-Ministro Carlos Lupi. A executiva nacional convocou uma convenção, como é estatutário, para a eleição do diretório da Capital do Estado do Rio de Janeiro, para o Município do Rio de Janeiro. A convenção foi realizada e a chapa que interessava ao ex-Ministro e ainda Presidente nacional do PDT foi derrotada – vitoriosa foi a chapa encabeçada pelo atual Ministro do Trabalho, Deputado Federal Brizola Neto. Eleito o novo diretório, este se reúne e elege a executiva municipal. Não para surpresa de muitos, o Presidente nacional, Carlos Lupi, que sequer integrava qualquer das chapas, encaminha para o Tribunal Eleitoral uma composição da executiva municipal com ele na presidência.

Fico sem saber até onde, dentro do PDT, as coisas vão caminhar. O PDT foi transformado num balcão de negócios, num cartório, numa legenda de aluguel por aqueles que insistem em desmoralizá-lo e que são hoje os maiores traidores do ideário trabalhista, da memória de Vargas, Jango e, principalmente, Brizola. São traidores, não têm qualquer compromisso com a afirmação e a defesa da causa trabalhista, da causa pedetista.

Sra. Presidente, há uma luta interna muito aguda. Existe a possibilidade, se houver provocação na Justiça Eleitoral, de o PDT ser privado de participar das eleições municipais de 2012 na quase totalidade dos municípios porque a comissão provisória da direção regional, cujos atos são todos nulos, nomeou comissões provisórias em vários municípios, em quase todos. Se a nomeação da comissão provisória é nula, qualquer ato praticado por essa comissão provisória em qualquer município também é nulo.

Leiam mais no blog do Paulo Ramos.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

CASSAÇÃO.

Esta semana colocou Angra mais uma vez, e de forma pejorativa, nos noticiários políticos e judiciais. De um lado se aguarda que  a Justiça defina sobre a cassação do prefeito Jordão e seu vice, Essiomar, em um manjado e cansativo processo, originado pela contratação de pesquisa no ano de 2008, pelo então prefeito F.Jordão, ao custo de R$1.300.000,00, que, entendeu o MP, serviu apenas para alavancar a candidatura do partido, representado pelo, à época, candidato, A.Jordão. Quando a mesma pesquisa, pode-se assim dizer, foi contratada pela coordenação do  candidato A.Jordão ao módico preço de R$64.000,00. Em um primeiro momento o TRE  reunido, declinou dois votos favoráveis à cassação de ambos, com dois pedidos de vistas, o processo empatou. Pelo histórico do Judiciário, só mesmo dia 28/06 para se saber o resultado final, se sair.
Em outra ponta, F.Jordão foi hoje transformado em réu pelo STF, com base naquele outro cansativo e manjado processo de compra de votos do Provetá. Quando, sustenta o MP, o mesmo contratou o barco de Mestre Ernani para o transporte dos ilhéus de graça  em troca de seus votos. A Sub-Procuradora da República sustentou que as provas são robustas na caracterização do ilícito.
Ainda que a quantidade de votos captados de forma ilícita, mesmo que não seja o suficiente para alterar o resultado do pleito, não faça diferença para a justiça. Mil votos e um voto dá na mesma, neste caso, houve sim bastante significância, visto o resultado final do pleito. Triste é que a justiça não consiga fazer valer suas decisões em tempo hábil e justo, afinal, o mandato acaba daqui  a 06 meses.
Como podemos ver, Angra  não vai nada bem. Ou melhor, no que se refere a mídia, de vento em proa. Só notícia ruim.





segunda-feira, 11 de junho de 2012

MUDAMOS!!

Mudamos. A partir de agora o blog deixa de estar um tanto quanto parametrizado, se bem que isto em pouco importou nas opiniões que entendemos serem coerentes e de interesse coletivo, passando a expressar mais exclusivamente o entendimento de seu editor, este que vos escreve, e dos internautas que assim desejarem fazer. Dentro dos limites da responsabilidade. Um abraço carinhoso a mais de centenas de visitantes assíduos e fiéis. Cláudio Erick.

Aproveitamos para pedir aos amigos que disponibilizam o link do blog, que o alterem. Valeu.